A cantora americana Mariah Carey afirmou hoje, quinta-feira, que está preparada para continuar sua carreira artística apesar do duro golpe que representa a decisão da gravadora EMI de rescindir seu contrato milionário.
“As pessoas mudam de trabalho e de prestígio. Espero agora continuar minha carreira com a gravação de um novo disco e outro filme”, afirmou na primeira entrevista depois do anúncio de ruptura publicado hoje no The New York Times.
A diva da música pop, que em 2001 sofreu vários problemas pessoais, incluindo uma depressão e uma suposta tentativa de suicídio, não criticou a EMI, a terceira maior gravadora do mundo, mas também não ficou calada.
“É algo assim – acrescentou Carey – : norma da Indústria número 480, as pessoas das companhias de gravação são obscuras”.
Carey, que assinou com a Virgin, subsidiária da EMI, depois de se divorciar do empresário Tommy Mottola, presidente da Sony (que por sua vez se casou depois com a cantora mexicana Thalia em um pomposo casamento na catedral de San Patricio de Nueva York), rejeitou muitos estereótipos que considera criados pela imprensa.
Por exemplo, desmentiu a imagem que seja muito competitiva com outras artistas femininas, e que atue como uma diva.
“É como dizer: ou você é maliciosa com outras mulheres, ou é uma miserável deprimida à espera do amor desejado”, ressaltou com certa ironia Carey, que vendeu desde 1991 um total de 40,3 milhões de discos em todo o mundo.
“Quando não abro um sorriso radiante a cada dois minutos, é que estou só e esperando o meu herói. Mas sabe de uma coisa: Não espero nenhum herói. Eu sou meu próprio herói. Esse é meu trabalho”, concluiu.
Na quinta-feira, a companhia EMI anunciou em um comunicado de imprensa distribuído em Londres que chegou a um acordo para cancelar seu contrato, assinado em 2001 por um valor superior a 100 milhões de dólares.
A gravadora concordou em pagar uma indenização de 28 milhões de dólares a Carey, além dos 21 milhões entregues na assinatura do acordo, apesar de a artista ter gravado somente um dos discos prometidos, e sem sucesso.
Várias gravadoras disseram estar dispostas a falar com Carey e assinar com ela, caso ela esteja disposta a reconduzir sua carreira e voltar aos palcos.
“A situação é curiosa – explicou Tom Vickers, um consultor musical -. Carey pode ser outro caso de estrela que desaparece ou pode reaparecer com a canção adequada ao estilo Tina Turner. Uma pessoa com visão pode conseguir”.
Por enquanto, Carey deve cantar no dia 3 de fevereiro no final do campeonato de futebol americano – a transmissão televisiva mais vista de todo o ano – e apresentar seu último filme com Mira Sorvino, Wise Girls.
O contrato com a EMI previa que Carey devia gravar cinco discos, mas o fracasso de seu último trabalho, “Glitter”, que só vendeu 500.000 cópias, levou a gravadora a rever a relação, especialmente depois da chegada de Alan Levy, conhecido por sua fama de cortar despesas de forma drástica.
Em seu momento de maior popularidade, Carey chegou a vender 23 milhões de cópias com seu disco “Music box”, e parecia que estava destinada a ser uma das artistas mais famosas, mas rapidamente seus fãs preferiram grupos e artistas mais jovens, como Britney Spears e N’Sync.
A história de Carey é realmente de cinema, já que seu sucesso foi fulminante, depois que conseguiu, aos 18 anos, entregar uma fita cassete com suas canções ao executivo da Sony Mottola (que depois passou a ser presidente) durante uma festa da Columbia Records.
Mottola escutou a fita em seu carro e ficou tão admirado pela voz e personalidade de Carey que voltou rapidamente à festa, já que a fita não tinha nem nome nem telefone. Desde então, Mottola se tornou seu mentor, marido (se casaram em 1993) e agente.
O fim do casamento em 1998 representou um desvio na carreira de Carey, e desde então as coisas começaram a andar mal, tanto em nível sentimental (seu falido romance com Luis Miguel) como profissional, com o fracasso de Glitter.
Fonte: EFE
Obrigada a Lia