NOVA YORK (AP) — Pode ser difícil imaginar hoje, mas houve um momento em que a carreira de Mariah Carey passou por uma fase de baixa. Em 2001, seu filme Glitter foi um fracasso de bilheteria, e o álbum seguinte, Charmbracelet (2002), teve uma recepção morna. Mariah estava diante de um ponto de virada.
E então tudo mudou. Em 2005, ela lançou The Emancipation of Mimi. Unindo seu R&B-pop potente a batidas de hip-hop e hits divertidos e marcantes, Mariah voltou a cantar com intensidade só quando queria — e deixou isso bem claro. Como o título sugeria, ela estava livre. E o mundo a abraçou de novo.
Neste sábado, o álbum completa 20 anos. Para comemorar, Mariah está preparando o lançamento de edições deluxe e expandidas de The Emancipation of Mimi, com lançamento marcado para 30 de maio. As novas versões trarão faixas bônus, remixes inéditos e muito mais — incluindo o tão esperado lançamento oficial de “When I Feel It”, música gravada em 2005 que nunca chegou ao público por questões de liberação de sample (da música “Here Comes That Feeling”, do The Dynamic Superiors).
“São joias novas, na minha opinião”, diz Mariah. “Isso me empolga de verdade.”
Em entrevista à Associated Press, Mariah falou sobre o impacto de The Emancipation of Mimi, sua indicação ao Hall da Fama do Rock & Roll, Rihanna e os planos para músicas novas. A entrevista foi editada para clareza e concisão.
AP: Sua relação com o álbum The Emancipation of Mimi mudou ao longo dos anos?
Mariah: Continua sendo um dos meus álbuns favoritos. Na época do lançamento, todo mundo chamava de “álbum de retorno”… mas eu nunca concordei com isso. Porque você nunca sente que foi embora, sabe?
Sempre amei essas músicas e as performances. As pessoas continuam conectadas com esse trabalho. E muitos fãs novos chegaram por causa dele.
AP: O álbum transmite uma sensação de liberdade criativa. Você acha que ele revitalizou sua carreira?
Mariah: Acho que ele tem uma energia divertida, e definitivamente passa essa sensação de liberdade. Talvez tenha mesmo revitalizado minha carreira. Passei um bom tempo trabalhando nele, com pessoas incríveis, grandes colaboradores… Foi uma experiência inesquecível criar esse álbum.
AP: Em junho, você celebra outro marco — 35 anos do seu álbum de estreia. Você imaginava essa trajetória lá no começo?
Mariah: Não sei. Eu estava tão envolvida em fazer a música, começando essa nova fase da minha vida… Era tudo o que eu sempre quis fazer. E de repente eu estava vivendo isso.
AP: Você também foi indicada ao Hall da Fama do Rock & Roll em 2025.
Mariah: É uma grande honra. Não sei se vou ganhar, então tento não criar muita expectativa. Mas, de novo, é uma honra enorme. E eu nem esperava por isso. Nem pensava no assunto — e agora estou aqui.
AP: O Hall da Fama parece mais aberto em relação aos gêneros hoje. A Missy Elliott, por exemplo, foi incluída em 2023.
Mariah: Acho que hoje o gênero importa menos. As pessoas estão mais abertas a todos os estilos. E, às vezes, eu me sinto uma estrela do rock.
AP: Depois de ser incluída, a Dolly Parton lançou um álbum de rock. Se você entrar no Hall, vai finalmente lançar o seu disco grunge dos anos 90? Os fãs estão esperando.
Mariah: Eu quero muito! Mas quero fazer clipes também, tenho várias ideias pra isso.
Acho difícil conseguir lançar até o verão (antes da cerimônia do Hall da Fama), mas talvez… talvez eu solte algumas faixas.
AP: Durante sua turnê de Natal no ano passado, seus filhos Monroe e Moroccan subiram ao palco. Tocaram guitarra e bateria, super empolgados. Você pensaria em lançar um álbum de rock em família?
Mariah: Eu adoraria. Mas eles já têm seus próprios interesses e atividades, e eu não quero forçar nada.
AP: No seu último show, no Brooklyn, a Rihanna estava na primeira fila. Rolaria uma colaboração entre vocês?
Mariah: Eu amaria! Você viu o que aconteceu? Ela queria que eu autografasse os seios dela. Tentei assinar direitinho, mas não saiu como eu queria. Fiz o meu melhor. (risos)
AP: Seu último álbum de inéditas, Caution, saiu em 2018. Já faz um tempinho! Você está trabalhando em um novo disco?
Mariah: Não posso falar sobre isso… Mas estou trabalhando em algo. Não vamos dizer o que é, mas é algo novo.
Por Maria Sherman, publicado na AP News.