A piada na internet é que Mariah Carey só ganha vida na época de festas — afinal, ela é a Rainha do Natal —, mas setembro promete ser bem movimentado para a lendária cantora.
No início deste mês, Carey foi uma das estrelas do MTV VMA 2025, onde recebeu o prêmio especial Vanguard. “Fiquei muito feliz”, disse Carey à Vogue sobre a homenagem. “A MTV ainda não tinha me dado nenhum prêmio. Dá para acreditar?” (Não conseguimos.) E nesta sexta-feira, ela lança seu 16º álbum de estúdio, Here for It All.
O Novo Álbum e Colaborações
Apresentando de tudo, desde batidas animadas (como seu single principal, “Type Dangerous“) a baladas poderosas, o disco explora um clima soul e eufórico, com participações de nomes como Anderson .Paak, Clark Sisters, Kehlani e Shenseea. As músicas, centradas em temas de empoderamento e autopriorização, oferecem um novo som para Carey no processo — algo difícil de fazer depois de 16 álbuns.
“Eu realmente gostei de fazer este álbum”, diz Carey. “Eu realmente segui o fluxo e deixei que ele se formasse por conta própria. Do começo ao fim, eu não sabia como ia terminar, mas funcionou.”
Aqui, Carey conversa com a Vogue sobre a criação de um novo conjunto de hinos poderosos, seus itens essenciais para o estúdio de gravação e o que ela quer ganhar no Natal deste ano. (Dica: diamantes servem.)
Vogue: Olá, Mariah. Foi um prazer conversar com você. Conte-nos sobre quando este álbum começou a tomar forma.
Mariah Carey: Bem, comecei me divertindo com pessoas e músicas diferentes. Eu não tinha tantas músicas assim, então pensei: “O que vou fazer com isso?”. As pessoas me perguntavam se eu estava trabalhando em alguma música nova, e eu dizia: “Talvez!”. Mas, com o passar dos dias, decidi que tínhamos músicas suficientes para fazer um disco. Tomou forma organicamente. Quando comecei a trabalhar com Anderson .Paak, foi nesse momento que pensei: “Ah, isso vai ser algo realmente interessante”. É divertido trabalhar com ele. Ele é um cara eclético, muito artístico. Ele tem muitas ideias muito rápido, e eu adoro isso nele.
Vogue: Adorei todos os diferentes instrumentos do álbum. Qual era a sonoridade que você queria para este álbum?
Mariah Carey: Principalmente nas músicas com o Anderson, ele tem uma pegada e um estilo próprios — mas quando trabalhamos juntos, fizemos um lance retrô dos anos 70, no qual ele é muito bom. Fizemos algumas músicas mais animadas, como “I Won’t Allow It“, e eu também fiz muitas baladas com outras pessoas. Eu adoro as baladas, como “Here for it All” e “Nothing Is Impossible“.
Vogue: Como foi o seu processo no estúdio? Você tem algum item essencial quando se prepara para gravar?
Mariah Carey: Depende de com quem estou trabalhando, ou de qual é a música e a vibe. É diferente se é uma música dançante ou uma balada. É difícil dizer, tipo, “Eu precisava de um ótimo suco de mel”. Eu não tinha uma coisa específica.
Vogue: Você gastou muito tempo em cada música ou produziu as faixas bem rápido?
Mariah Carey: Se estou começando e tenho uma ideia, simplesmente vou às minhas anotações e canto minha pequena ideia nelas. Mas nem sempre é assim. Às vezes, se estou colaborando com alguém — o que é a minha atividade favorita —, eu me conecto com a pessoa. Se ela toca piano ou violão, ela toca, e então eu escrevo uma letra e começo a partir daí.
Vogue: Você teve algum outro colaborador favorito neste álbum?
Mariah Carey: Adorei trabalhar com o Daniel Moore. Ele é meu diretor musical e um pianista incrível. Trabalhamos em algumas músicas, como “Nothing Is Impossible“. Aliás, toquei essa para a Debbie Allen quando ela veio à minha casa, e ela adorou. Ainda não estava pronta, mas ela foi a primeira pessoa que a ouviu. O Daniel e eu também tocamos “Here for it All“, e é definitivamente uma das minhas favoritas deste álbum.
Vogue: Vamos conversar sobre algumas das músicas. Adorei a faixa de abertura, “Mi“. Para mim, era uma música sobre priorizar a si mesmo e não ver isso como algo egoísta.
Mariah Carey: É brincadeira. Esta nova era é toda sobre mim — obrigada e boa noite!
Vogue: Adorei isso. Vou seguir esse exemplo para mim daqui para frente.
Mariah Carey: Siga essa era! Canalize-a.
Vogue: Essa música é seguida de perto por “Play This Song”, que para mim é sobre cantar um adeus a alguém.
Mariah Carey: Sim. É meio que um “ha-ha” para qualquer pessoa — uma coisa do tipo “estou desistindo dessa situação”. Precisamos desses hinos poderosos.
Vogue: Precisamos falar sobre o seu primeiro single, “Type Dangerous“. Quando assisti ao vídeo, fiquei imediatamente impressionada com o vestido brilhante de jersey com tema dos Knicks que você usa. Conte-me mais.
Mariah Carey: Recriamos aquele vestido para o vídeo, e eu adorei. Mas preciso dizer que nem sei onde o coloquei. Não sei onde ele está!
Vogue: Você sempre usa roupas incríveis nos seus vídeos. Você vê a moda como parte da sua narrativa?
Mariah Carey: Às vezes. Quando estamos tirando fotos, gosto de poder relaxar e criar looks que se destaquem. É algo em que realmente me dedico muito.
Vogue: Você tem um arquivo de todos esses looks?
Mariah Carey: Eu tenho um arquivo especial para eles. Mas, quer dizer, se você me pedisse agora para procurar um vestido específico, eu não conseguiria.
Vogue: Em “Type Dangerous“, você canta sobre usar Fendis de nove polegadas e usar “Balenci”. Quais são alguns dos rótulos que você realmente curte no momento?
Mariah Carey: Existem muitos deles, mas sejamos honestos, sabemos que não existem Fendis de nove polegadas [nine inches]. Acho que ninguém vai tentar isso.
Vogue: Nem você?
Mariah Carey: Definitivamente não sou eu.
Vogue: Vamos falar sobre algumas das suas baladas incríveis no álbum. “Here for It All” é uma maneira linda de encerrar o álbum. Conte-me mais sobre a inspiração por trás dessa música.
Mariah Carey: Bem, antes de mais nada, obrigada por dizer que é uma maneira incrível de encerrar o álbum, porque foi por isso que terminei com ele. É tudo para mim — eu realmente acreditei nessa música. “Here for it All” é sobre estar aqui para tudo.
Vogue: “Jesus I Do” me lembrou muito algumas de suas músicas gospel anteriores. Também parece uma música natalina. Foi intencional?
Mariah Carey: Definitivamente não foi intencional, mas eu adoro essa música. Eu queria trabalhar com as Clark Sisters há muito tempo, então essa foi uma grande oportunidade para mim. Fiquei tão feliz quando ouvimos a versão bruta da música.
Vogue: Percebi que muitas das músicas têm temas de empoderamento. Você costuma pensar em como quer que os ouvintes se sintam ao gravar um disco?
Mariah Carey: Eu definitivamente entrei com essa intenção. Quero que eles se sintam empoderados, quero que se sintam bem. É como quando estávamos fazendo “I Won’t Allow It“. Quer dizer, qual é! “Não vou entreter todos os seus jeitos narcisistas. Não vou permitir isso.” Era só para dar risada — mas eu também estava falando sério.
Vogue: A música “Nothing Is Impossible“, por sua vez, fala muito sobre a realização dos seus sonhos. O que ainda está na sua lista de desejos?
Mariah Carey: Eu só quero um monte de diamantes. Só alguns diamantes… não é pedir muito.
Vogue: Quando penso no seu estilo, penso em diamantes. Por que eles fazem você se sentir tão você?
Mariah Carey: Porque são caríssimos. Não, porque são lindas! Às vezes, no Natal, quando compro coisas para os meus filhos e outras pessoas, tenho muita vontade de comprar alguma coisa para mim. Comprei um colar com opalas rosas outro dia — foi legal. Mas geralmente não faço isso. Às vezes, sou legal comigo mesma, mas é mais para os outros. Adoro dar presentes.
Vogue: Como a atual Rainha do Natal, até que ponto você está nas compras de Natal agora?
Mariah Carey: Ainda não está longe o suficiente – preciso ir! Começamos em outubro.
Vogue: Então você ainda não começou a descongelar para o Natal?
Mariah Carey: Ainda não.
Vogue: Você tem comemorado alguns marcos especiais. Seu álbum Daydream completa 30 anos na sexta-feira; The Emancipation of Mimi completou 20 anos em abril. Como você se sente em relação a esses aniversários?
Mariah Carey: Bom, tenho certeza de que você já deve ter me ouvido dizer que não ligo para números. Ou para tempo. Então, não penso muito nisso. Mas quando se trata de um álbum, eu consigo lidar com isso. Adoro comemorar aniversários de álbuns porque não posso comemorar o meu. Daydream ainda é um dos meus melhores álbuns.
Vogue: Quando penso em Emancipação, lembro-me do seu incrível vídeo “Say Somethin’“, gravado em Paris com a participação especial do falecido editor da Vogue, André Leon Talley. O que você lembra dele?
Mariah Carey: Ele era meu amigo. Ele me fazia feliz — era uma pessoa tão boa. Ele era excêntrico, eu sou excêntrica… e ainda sou. No vídeo, ele estava apenas sorrindo e rindo. Adorei estar lá com ele, Pharrell e Snoop. Ganhei uma mala da Louis Vuitton [para o vídeo], e ele disse: “Querida, você precisa comprar essa mala!”
Vogue: Por fim, seus cachorros estiveram na capa da Dogue no ano passado. Precisamos saber: como eles estão?
Mariah Carey: Os cachorros estão bem. Estão no outro quarto, deitados juntos num sofázinho. Eles dizem olá!
Fonte: VOGUE.